O fim do jornalismo independente e os impactos ambientais: a retórica vs a realidade

Atualmente, e principalmente em época tão próxima a eleições no Brasil, vivemos em tempo de jornalismo parcial e de empresas de mídia que se tornaram verdadeiras extensões de propagandas para o Governo Federal e seu presidente Jair Bolsonaro. 

As críticas de eleitores bolsonaristas e dos conservadores sempre foi abundante em relação à mídia tradicional, tratada pelos mesmos como esquerdista e de pauta única. Muitas dessas críticas realmente condizentes com a realidade, aja vista que a agenda da mídia tradicional brasileira se tornou basicamente progressista. 

É difícil acompanhar na mídia tradicional posições em defesa de pautas defendidas pelos conservadores, como uma forte posição anti-abortista, em favor da armamentatização do cidadão comum e contra o casamento de pessoas homossexuais por exemplo. No entanto é notório afirmar que na mídia tradicional é comum ver críticas e reportagens direcionadas contra vários atores políticos independente de suas posições ideológicas. 

Na mídia tradicional vemos críticas e apuração de denúncias tanto a candidatos e políticos de direita como de esquerda o que se prova em uma simples folheada em jornais ou acesso a canais online destas mídias, infelizmente algo que já não é observado mais nas chamadas “mídias independentes”, que de independentes não possuem mais nada. 

Canais como a Jovem Pan, por exemplo, que se comportam como verdadeiros canais de campanha para o atual presidente Jair Bolsonaro, e mais parecem uma extensão da mídia do Governo atual do que de fato um canal jornalístico independente. 

Nesse meio tempo, no espaço entre a total politização dos meios de comunicação existentes oque sofre são assuntos tão importantes para a atualidade e que deveria estar acima das retóricas e ideologias, como a defesa à um meio ambiente equilibrado. 

O Governo Bolsonaro falhou e tem falhado continuamente na garantia à proteção ambiental, e sobram justificativas ao caos ambiental enfrentado em biomas como o pantanal e a Amazônia enquanto faltam ações e programas de governo eficazes para proteção dos biomas remanescentes no Brasil. 

Hoje estamos em alta novamente do desmatamento no Brasil, oque já direciona nosso país a mudanças radicais em relação a regime de chuvas e disponibilidade dos serviços que as florestas e biomas desempenham. Essa desestabilização ambiental, não apenas tem destruído reservas inteiras, colocado espécies em risco e afetado negativamente a vida de habitantes tradicionais das florestas, como também tem impacto negativo na agricultura, pecuária e geração de energia elétrica, já que o Brasil depende da evapotranspiração da  floresta amazônica na regulação do regime de chuvas e são as chuvas que enchem os reservatórios de nossas hidrelétricas. 

A ideologia, infelizmente, é bem presente em ajudar eleitores e militantes a ignorar a importância da questão ambiental. Em conversa com um amigo muito querido, que é bolsonarista, eu escutei a seguinte frase: “A Europa quer florestas para nós e desenvolvimento para eles”. De fato a preocupação europeia tem o viés que vai acima do Ético e é também econômico, já que não é interessante para a economia do bloco ser inundado por produtos agrícolas brasileiros, somos uma potência agrícola mundial com a qual nenhum país europeu consegue competir, isso é um fato, mas outro fato é que são as nossas florestas que permitem o nosso desenvolvimento.

Manter nossas florestas preservadas e protegidas não é apenas ser “politicamente correto” e ético com outras formas de vida, vai além, nossa economia depende da preservação desses ecossistemas para nossa produção agropecuária, para disponibilidade de água e de chuvas. Mostrando ao meu amigo a realidade dos fatos que vai acima de qualquer retórica militante e contundente, pude demonstrar que o pensamento ideológico que menospreza a conservação ambiental e coloca essa posição como uma “ideologia esquerdista” é mentirosa e burra em todos os sentidos. 

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